domingo, 22 de fevereiro de 2009

# 96 - 20/02/2009





Paradise Lost – gothic
Cathedral – Ebony tears
My Dying Bride – sear me

Drop Loaded:

Daniel Beleza e os corações em fúria – A Caixa

Bloco produzido por Lauro Francis:

Los Muertos de Cristo – por quien doblan las campañas
Corrosion of comformity – prayer
Luta Armada – Another fucking war
Driller Killer – Up your arse
Doom – The Free world

Entrevista com Mahatma Gangue

Mahatma Gangue – Ritmo Selvagem
Mahatma Gangue – Dor de cabeça
Mahatma Gangue – Febre do rato
Mahatma Gangue – José Defeito
Mahatma Gangue – Tiro certeiro

Modular – Encapsulados
Filme – naufrágio
Hacia dos veranos – despertar
Apanhador só – pouco importa

Entrevista com Baka Sentai e Oni

Baka Sentai – Changeman
X Japan – Rusty Nail
Onmyuza - Okouga Nippou Chou
Galneryus - Struggle for Freedom Flagg



Entrevista com Lee Dorian, vocalista do Cathedral.

Por Rafael Carnovale | Publicado em 22/01/06 em www.wiplash.net

E já fazem 16 anos que Lee Dorian deixou o Napalm Death, e surgiu o Cathedral. Com uma proposta bem diferente, a banda vem lançando CD`s e se mantendo firme e forte como um dos grandes nomes do chamado “Stoner Metal”. Influências fortes de Black Sabbath e o vocal de Lee, que agora está bem mais melódico, fizeram a banda crescer ao longo de tantos anos.

Agora lançam seu novo trabalho, “The Garden Of Unearthly Delights”, após 3 anos do lançamento de “The VIIth Coming”. Falamos com Lee via telefone, numa entrevista que havia sido cancelada anteriormente devido a um problema de saúde que o fez ser hospitalizado, e o mesmo (esbanjando bom humor e simpatia) não se furtou a falar sobre nenhum assunto, indo desde o Napalm Death até o futuro de sua banda.

WHIPLASH – Lee, primeiramente é um prazer conversar com você e fico feliz de que tenha se recuperado de seus problemas de saúde.

LEE DORIAN – (Risos). Obrigado. Na verdade tive apenas um problema no pescoço, que me obrigou a ir para o hospital tomar algumas precauções, mas está tudo bem agora.

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Vamos começar falando sobre seu passado com o Napalm Death. Você poderia imaginar que sua saída da banda iria gerar uma banda tão diferente do Napalm como é o Cathedral? Isso passava pela sua cabeça quando saiu da banda?

Não... na verdade não tinha nada em mente quando saí. Apenas tive uma experiência ruim e senti que era hora de deixar o barco. Encontrei com Mike Amott (Arch Enemy) e pensamos em montar algo juntos, mas não conseguimos um contrato ou algo que nos desse suporte. Logo depois montei o Cathedral. Foi uma bela coincidência, já que a banda já dura 16 anos. Não haviam planos, nada preparado, apenas seguimos nossa inspiração, acho que deixamos que o vento nos levasse. (Risos).

E nesta banda você sempre trabalhou com letras místicas e fantasiosas, falando sobre bruxas e coisas do tipo. O que lhe inspira para tal atitude?

No Cathedral de fato escrevo umas coisas estranhas (Risos). Não tenho uma atitude diferente da que tinha quando estava no Napalm, mas não quero mais falar sobre política. Cansei disso. Prefiro me concentrar na fantasia e na diversão, porque isso é legal para os fãs e eu gosto muito. Não sou alienado, tenho minhas opiniões sobre o mundo e falo sobre política, mas não quero levar esse lado para minha música.

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Me lembro que Tony Iommi disse que bandas como o Cathedral apenas copiam o Black Sabbath original...

Ele disse? Quando?

Numa rodada de entrevistas que ele deu em 1997, na ocasião da reunião do Black Sabbath para o Ozzfest da época. Eu acho que existe uma influência, mas o Cathedral está longe de ser um clone do Sabbath.

E eu concordo. Não me surpreende essa comparação, já que eles sempre foram uma grande influência para nós. Em algumas ocasiões ouço nosso material e penso “putz... tem muito de Black Sabbath aí...”. Mas temos uma variedade maior do que apenas copiar o Sabbath. Mas posso te dizer, se uma banda tivesse que substituí-los, essa seria o Cathedral.

Falando sobre “The Garden Of Unearthly Delights”, porque você escolheu esse título? Estamos diante de um CD conceitual?

Não realmente. Inicialmente pensei em chama-lo “Seeds of Decay”, mas as coisas foram mudando a medida que íamos gravando. Tive uma grande inspiração ao final das sessões, que culminou na capa. Pensei muito num significado de minha casa, perto do que curto, como o Jardim do Éden, o futuro, num mundo feliz, com pessoas felizes, e isso acabou me fazendo mudar o título do álbum.

“Dearth AD” é uma boa “intro”, com bons riffs. Algo que também chama a atenção no CD são suas linhas vocais, principalmente em “Tree Of Life And Death”. Quando você decidiu inserir mais linhas melódicas em seus vocais guturais, criando este estilo vocal que hoje você trabalha muito bem?

Obrigado mesmo por dizer isso, porque não foi fácil. Foi algo que evoluiu lentamente nestes 16 anos. Não estou cantando como fiz em “Corpsecycle”,que acho que exemplifica bem minha voz atualmente. Foi um progresso que eu senti que poderia executar, e fui trabalhando nisso, crescendo mais e mais a cada dia. Ficou diferente e estou feliz com isso.

“North Berwick With Trails” traz riffs que nos remetem a música “Black Sabbath”. Você chegou a observar isso na gravação?

Realmente devo concordar. Esta foi a primeira música que escrevemos em conjunto. Não é uma de minhas favoritas, mas funciona muito bem e gosto dela. Não foi algo planejado... sabe como é... são as influências! (Risos). Devia estar com o riff na cabeça neste dia.

Ao mesmo tempo “Upon Azrael Things” flerta diretamente com o thrash metal. Você pensou em fazer um “back to basics”, usando os elementos que marcaram o começo de sua carreira no Napalm Death?

Talvez, mas penso mais numa influência do Celtic Frost, pois trata-se de uma faixa agressiva, mas com uma boa dose de melodia. Fiquei muito feliz com o resultado final, já disse isso? (Gargalhadas).

Uma das faixas que se destacam no CD é “Corpsecycle”. Há boas partes acústicas, uma atmosfera “dark” e isso poderia inspirar várias bandas góticas. Você ouve algo deste estilo?

Sobre o estilo em si não. Mas adoro “Corpsecycle” é uma puta faixa, com letra bem realista, falando sobre o dia a dia em Londres, com as pessoas pensando em negócios e dinheiro o tempo todo. É uma dificuldade danada, e quis passar isso na música.

Você inseriu um vocal feminino em “The Garden”. Como surgiu essa idéia e como trabalhar essa variedade musical, que transita do peso para a melodia com facilidade?

Bem... não fui em quem cantou essas partes! (Risos).

Notei. Não poderia ser você mesmo. (Gargalhadas).

Exatamente... é uma faixa lenta e melódica. Algo que não costumamos fazer, mas decidimos nos desafiar o quanto pudéssemos neste álbum. Pegamos várias de nossas influências e fomos trabalhando sem uma linha definida. Com isso conseguimos inserir músicas death e passagens funky no mesmo trabalho. Isso me deixa muito orgulhoso.

Seria muito interessante assistir um show do Cathedral, porque você tem que administrar essa variedade de material com o peso do material antigo. Como têm sido os shows até agora?

SIM... você falou uma verdade! Tocamos “The Garden” em Londres há 3 semanas (esta entrevista foi feita no dia 21/11) e saímos vivos (Risos). Temos tocado 3 faixas novas, esta, “Upon Azrael Things” e “Corpsecycle”. Mas estaremos saindo em turnê com o Crade of Filfth semana que vem e penso em incluir mais faixas novas no “set”.

Há planos para se gravar algo ao vivo, como um CD ou DVD?

Os planos existem, só basta planeja-los (Risos). Estamos muito afim de gravar algo ao vivo sim, e esperamos poder fazer isso nos shows de 2006. Vamos nos reunir para discutir sobre isso, pois só existe a idéia ainda.

Você nunca tocou aqui como Cathedral. Acha que desta vez há uma possibilidade concreta, já que o Napalm Death já tocou aqui algumas vezes?

Espero que sim. Em 2006 planejamos fazer uma turnê extensa, visitando vários países. Seria algo ótimo, mas precisamos ter uma chance realmente interessante de faze-lo, porque nosso estilo difere muito do de várias bandas, e não queremos ir ao país sem poder dar o melhor para nossos fãs. Eu adoraria conhecer o país, visitar algumas cidades.

Em 2005 tivemos um festival chamado “Live And Louder”, que reuniu bandas como o 69 Eyes.

É mesmo? Como foi o show deles?

Apesar de muita gente desconhecer o som, a banda se saiu bem.

Legal. Acho que isso é o importante. Tocar numa ocasião aonde você possa mostrar seu som como deve ser feito. Espero que possamos tocar num festival como esse. Peça para os fãs brasileiros encherem o saco dos promotores, por favor! (Gargalhadas).

Voltando ao Napalm, você ainda tem contato com a banda? Chegou a ouvir seu último CD?

Sim... ouvi e inclusive os vi ao vivo este ano, mas trata-se de outra banda. Ainda tenho contato com os caras, não estamos diante de uma banda ruim. Eles são muito bons músicos, e ainda somos bons amigos.

Lee, obrigado pela entrevista e nos vemos em breve aqui no Brasil!

Obrigado a todos, e espero do fundo do coração estar aí em breve. Obrigado, ouçam nosso no CD e STAY HEAVY!

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