quarta-feira, 1 de abril de 2009

IRON MAIDEN EM RECIFE - Primeiras impressões sobre o show






postado em 01.04.09 por João Carvalho no site pe360graus


Inesquecível


“Meu Jesus!!!” Eu aprendi a nunca começar um texto assim. Mas não tem como falar como foi a noite de ontem no Jockey Clube de Pernambuco. Na verdade, em momento nenhum acho que alguém achou que estava naquele lugar. Calavar mesmo (piada interna) foi a apresentação do Iron Maiden. Simplesmente impressionante.

Se você quer ler algo sobre set list, procure, por gentileza, os comentários que a gente colocou aqui, semanas atrás. Fora isso, nada mudou, Na verdade mudou o astral, a galera, as famílias e as pessoas sozinhas que foram ver o que era “aquilo”. Aquilo se chama um banda simplesmente genial, que parece ter começado ontem. É, amigos. Posso parecer repetitivo. Mas não estou sendo.

Ou até estou, pra tentar explicar as 18 mil pessoas presentes ontem naquele espaço. Nossa equipe de um homem só viu de tudo. Gente de camisa preta, lógico. Gente de bermuda creme, com “cara de guria”, mais ainda. Enfim. Foi demais.

O LED foi massa. Perfeito. Se eu pudesse, diria um palavrão agora. O som? Fora do comum. A segurança, maior ainda. A entrada e saída? Mais ainda. Bom, simplesmente fora do comum. Eu prometo falar mais ainda. Mas agora, preciso dormir. Foi fora do comum.


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Iron Maiden faz a terra tremer em show com mais de 18 mil fãs


Por Maria Carolina Santos, do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR



“Scream for us Recifeeeeee!”. Essa frase era uma das mais esperadas para as mais de 18 mil pessoas que foram ao Jockey Clube assistir ao show do Iron Maiden na noite desta terça-feira. Muitas esperaram por décadas. Sucesso no Brasil desde a apresentação histórica no Rock in Rio de 1985, a banda inglesa liderada pelo vocalista Bruce Dickinson só fez confirmar entre os fãs nordestinos porque é a mais popular banda de heavy metal do mundo. Seguindo à risca o set list da turnê Somewhere back in time, o Iron Maiden fez um apresentação elétrica, com clássicos como The number of the beast, pirotecnia e até o boneco gigante de Eddie, o monstruoso mascote da banda.



Numa pontualidade quase britânica, a banda começou a tocar por volta das 21h15, somente 15 minutos depois do previsto. A terra literalmente tremeu quando o sexteto entrou no palco detonando Aces High. Nas quase duas horas que se seguiram, eles tocaram 2 minutes to midnight, Children of the damned, Wasted years, Powerslave, entre outras (confira aqui o set list completo).



Em ótima forma aos cinqüenta anos de idade, Bruce Dickinson é um capítulo à parte no show. O veterano vocalista que saiu da banda no começo dos anos 90 – e depois voltou quando sua carreira solo não decolou - pareceu genuinamente surpreso ao ver a enorme plateia que estava diante dele. A voz, potente tanto nos graves quanto nos agudos, era tão límpida que parecia gravada em estúdio. Os figurinos, porém, não ajudavam muito o cantor, que entrou no palco com uma calça preta cheia de buracos reveladores. Mas os fãs nem estavam aí para isso. Quando Bruce, vestido de soldado do século XIX, empunha a bandeira britânica na matadora The Trooper, a terra treme outra vez.



O jogo, é verdade, já estava ganho de goleada. Muito antes do Iron Maiden entrar no palco, os fãs não tinham dúvidas de que o show ia ser inesquecível. “Nunca pensei que um dia eles fossem tocar aqui. Só acreditei mesmo quando estava com o ingresso na mão”, disse o professor Klênnio Adams, 33 anos, “fã do Iron desde moleque”.



Até mesmo quem não conhecia as músicas da Donzela de ferro esperava muito da apresentação. “É o maior show já realizado no Nordeste. Quando vi a chamada na televisão, fiquei louco para ver os caras, mesmo não conhecendo muito. O show vale só pela estrutura gigantesca montada aqui”, opinou o comerciante Alexandre Firmino, de 30 anos.



O show terminou do jeito que todo metaleiro sonhava: com a promessa de que essa noite memorável vai se repetir. “Em 2010 vamos lançar um álbum de estúdio e em 2011 vamos sair em turnê. Esperamos voltar para cá”, contou Bruce, para delírio dos fãs.



Para mandar os metaleiros para casa – muitos, ainda que timidamente, queriam um bis depois do bis – a produção colocou a música “Always look on the bright side of life”, (“sempre olhe o melhor lado da vida”), do Monty Python. Depois de ver e ouvir a Donzela de ferro no Recife a letra da música fazia todo sentido para os headbangers do Nordeste. Ordenados e felizes, eles deixaram o Jockey Clube pacificamente, com a certeza de que a noite foi simplesmente inesquecível. Até 2011!



Você foi para o show histórico do Iron Maiden no Recife? Confira os comentários de alguns fãs e deixe a sua opinião sobre o show comentando esta matéria!



“Os velhos se garantem. A energia deles no palco é incrível”
Anderson Paiva, 19 anos



“O show superou todas as minhas expectativas. Eles tocaram só os clássicos, principalmente aqueles que marcaram os anos 80”

Sormaneo Fogo, de Natal (RN)



“A estrutura do show realmente foi ótima, mas o som, apesar de ser de qualidade, poderia estar mais alto”
Felipe Dantas, 28 anos



“O show de São Paulo foi mais completo. Aqui faltou a múmia e o Eddie gigante ficou mais tempo no palco”

Tereza Coimbra, 21 anos



“É muito emocionante ver o Iron Maiden tocando aqui, no Recife. Acho que Fear of the dark foi o ponto alto do show”

Tiago de Assis, 22 anos



“Faltei dois de trabalho, mas valeu a pena. O show foi perfeito, é a realização de um sonho”
Carlos Augusto, de Teresina (PI)



“Foi uma oportunidade única de conferir a era de ouro do rock. Adorei o local. Não havia estrutura nenhuma aqui e conseguiram montar um lugar completo para o show”
Eduardo Figueiredo, 20 anos



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Nordestinos, no Jockey Club, se rendem ao Iron Maiden
Publicado em 01.04.2009, às 09h11
Wilfred Gadêlha Especial para o JC Online

“Screaaam for me, Recife!” - por onde o Iron Maiden passa, o vocalista Bruce Dickinson pede para o público gritar. Não foi diferente aqui. Os recifenses – somados a fãs de todo o Nordeste – gritaram. E gritaram muito, em um show que, apesar de não ter alcançado o número estimado de presentes, marcou época e dividiu águas numa terra tão sedenta de atrações internacionais. Se 18 mil pessoas conseguiram ir ao Jockey Club de Pernambuco numa terça-feira, imagine o que poderia ser num sábado.

O Iron Maiden provocou um verdadeiro pandemônio nas cercanias do Jockey. Era gente passando para lá e para cá, vendedores oferecendo camisas piratas e um monte de gente tentando entrar no local. Enquanto do lado de fora carros de mala levantada tocavam as músicas que se ouviriam lá dentro pouco tempo depois, um bocado de fãs se pendurava em árvores e no muro do hipódromo – mas a polícia sempre chegava e acabava com a festa temporária da rapaziada. Ingressos eram vendidos até por um preço menor do que na bilheteria.

O Jockey foi um lugar de congraçamento. O que se via, antes de o Iron Maiden subir ao palco, era amigos de longa data se reencontrando. Abraço foi o que não faltou. Até que, quando todo mundo começou a olhar para o relógio, um pano de fundo com o nome e a foto de Lauren Harris foi baixado. Eram quase 20h e o que se ouvia eram gritos de “Gostosa!”. Os elogios eram direcionados para a cantora filha do baixista do Iron Maiden, cuja inclusão na turnê Somewhere back in time só pode ser explicada pelo parentesco. Até simpática Lauren é, mas, para quem já teve bandas do calibre de Queensryche, Metallica e Trivium como opening acts, o grupo da inglesa de 24 anos deixou muito, mas muito a desejar. Uma música derivativa, sem personalidade, sem punch, foi o que se ouviu durante meia hora. E os recifenses foram até educados. Ninguém vaiou a apresentação da filha mais velha de Steve Harris. Mas os 30 minutos que a cantora descalça gastou poderiam ter sido utilizados de uma maneira mais proveitosa.

“Irado”. Foi desse jeito que Ingrid Vilar respondeu ao que achava de ver o Iron Maiden no dia do seu aniversário de 15 anos. Do lado dela, a mãe professora e o pai engenheiro, vindos de Maceió (AL), pareciam mais animados. “Ver um show desses, aqui, praticamente vizinho, é muito bom”, disse Yuri Vilar, 37 anos, pai de Ingrid. Mas quando começou a rolar nos PAs as primeiras notas de Doctor Doctor, do Ufo, quem é fã do Iron Maiden sabia o que viria a partir dali. Terminada a canção da banda americana que influenciou os britânicos, foi a hora de os acordes de Transylvania, do primeiro disco do maior grupo de heavy metal do mundo. Foi também a senha para um caos, no bom sentido, ter início. A voz de Winston Churchill avisou: “Nunca nos renderemos”. E o Jockey não entendeu e se rendeu: Aces high abria o show mais esperado de todos os tempos no Nordeste.

A abertura do show do Iron Maiden, poucos minutos depois das 21h, deu o gás que a platéia esperava. Bruce Dickinson (vocal), papai Harris (baixo), Nicko McBrain (bateria), Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers (guitarras) sabem muito bem o que fazem. Heavy metal do bom e do melhor. “Nunca imaginava que um show desse aconteceria aqui. Agora é esperar por Rush, Metallica e ACDC”, sonhava João Batista Falcão, 47 anos, que começou a ouvir a banda em 1980. Foi do disco lançado um ano depois que a banda desencavou Wrathchild.

Alguns fãs acusaram o Iron Maiden de ter sido burocrático. Afinal, o repertório publicado na edição de terça-feira do Jornal do Commercio e antecipado neste JC Online desde sexta foi exatamente o mesmo. Quem apostou que Two minutes to midnigh viria a seguir ganhou. Nada mal. Um Iron Maiden previsível é ainda muito melhor que dez bandas que se dizem salvadoras do rock.

A sequência de clássicos não parou por aí. Era hora de voltar a 1982, com Children of the damned. Depois, como quem faz de conta que é tudo tão simples, Bruce anuncia Phantom of the opera. O clássico do primeiro disco do Iron Maiden fez a platéia delirar. E haja gente pulando, gritando, sorrindo. “Se eu não estivesse trabalhando, viria ver”, dizia um bombeiro, que não pôde dizer o nome – sob o olhar mal encarado do chefe.

As palmas do público ajudaram Bruce a anunciar The trooper. É nessa música que o vocalista veste um uniforme vermelho, similar ao usado pelos ingleses na Guerra da Criméia, contra os russos, no século 19. Esses detalhes históricos ficaram em segundo plano diante do clássico do Piece of mind (1983). Um momento ímpar, que ganhou fôlego com a execução de Wasted years, de 1986.

Qualquer outra banda correria o risco de morgar a platéia ao tocar uma canção de 13 minutos. Não o Iron Maiden. Rime of the ancient mariner levantou o público com a sua variedade de climas, ritmos e batidas. E quando Harris empunhou seu baixo e tocou o singular tema que introduz o resto da música, ah, meu amigo, não houve gente parada...

De máscara egípcia, Bruce comandou com maestria mais um clássico. Powerslave foi marcada por fogos, mas sem o Eddie, mascote da banda, em forma de múmia, igual ao que o público paulista viu. Besteira, porque eles entram logo com Run to the hills. E aí não tinha um cidadão sequer que tenha ficado calado.

Quem gosta de Iron Maiden sabe que um momento sem comparação no show é Hallowed be thy name. A mistura de ritmos da canção de 1982 emociona – e não era difícil ver fãs chegarem às lágrimas. Aí era o momento de Iron Maiden. Pense numa música eficiente. Faz mais de 30 anos que os caras a tocam e a recepção é sempre histérica. Também pudera: é a hora do Eddie ciborgue, um gigante de mais de 3 metros portando uma pistola e simulando até mesmo uma masturbação.

Exausto e extasiado, o sexteto faz o migué e encerra o show. Conversa! O povo chama e a banda volta com The number of the beast, com direito a iluminação vermelhona e fogos de artifício. Fica fácil advinhar que a próxima é The evil that men do, uma canção de 1988, rápida e instigante. Até que a hora do fim chega. Sanctuary vem com a promessa de Bruce de que a banda voltará ao Brasil em 2011. “Vamos gravar o novo álbum em 2010”, diz o cantor. Ele apresenta a banda – como se 90% dos presentes não soubessem de cor a formação.

Um show antológico. Um show que mostrou uma banda, apesar de finalizando a turnê, em forma. Um show que deixou o Recife com água na boca. Quem sabe o que virá depois?

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