sexta-feira, 30 de abril de 2010

CULTIVA - Cultura Ativa.

Dia de luz, festa do azul celestial… O fim de semana se aproxima e a cidade pega fogo. Esta semana, além da reinauguração da extinta Casa do Rock, no sábado – quando as bandas Nantes (ex-Daysleepers), Cabedal, Villa Carmem e Naurêa batizam o espaço Cultiva –, o Beco dos Cocos volta a pautar a novíssima cena sergipana com a apresentação das bandas Cabedal e Ode ao Canalha.

Quem explica a motivação dos responsáveis pelo novo espaço é o DJ Léo Levi. “Há um bom tempo, Aracaju andava carente por um espaço legal pra se realizar shows e outras atividades culturais. Com o surgimento da Casa do Rock, o cenário que parecia dar seus últimos suspiros voltou a respirar, dando sinal de que ainda há esperanças para as pessoas que querem curtir um lugar agradável pra beber e ouvir uma boa música. A Cultiva, a casa da cultura ativa, vem dar continuidade ao que a antiga Casa do Rock proporcionou, mas com outro conceito, reunindo todas as manifestações culturais num único espaço. Música, teatro, cinema, exposições, feiras, oficinas, tudo ao mesmo tempo num lugar em que você se diverte”.

Para conhecer as intenções da Ode, no entanto, eu precisei encher a cara com o vocalista e principal compositor da banda à qual é creditada a responsabilidade pela (re) descoberta da música brasileira em terras sergipanas. Rafael Oliva, dono da Ode, não conhece comedimento na hora de expor suas idéias. Mamado, então…

Quem primeiro chamou minha intenção para a importância da Ode no cenário local foi o boa vida Allen Alencar, ex-guitarrista da banda. “Aqui em terras sergipanas, eu acredito que nestes últimos anos, a Ode ao Canalha teve um papel importante pra que esse olhar sobre a música brasileira começasse a vingar e a se disseminar. Já não se pode cravar por exemplo, o som da Cabedal de “rock”, isso serve tanto pra gente (a Elvis Boamorte e os Boa Vidas), quanto pra Villa Carmen. Na minha opinião, a Ode ao Canalha, quando veio com sambas em seu repertório, teve seu papel nisso”.

Rafael Oliva não nega a própria importância, mas faz ressalvas reveladoras. Ele tem consciência de que, no passado, a Ode vacilou. Agora, com um inventário de erros e acertos aconchegados no colo, ele pretende investir mais energia na produção da banda, ciente de que o palco, ainda que seja a natureza de qualquer artista, não suplanta o cuidado com a produção, necessário para fazer tudo acontecer.

“Há muito tempo que os veteranos da cena sergipana prestam atenção na Ode. Nos faltou maturidade pra aproveitar a onda”.

Prova de que a intenção é sincera, os caras estão empenhados na gestação do coletivo “Cajuína Lab”, formado pelas bandas Ode ao Canalha, Villa Carmen, Cabedal e Elvis Boamorte, que pretende integrar os novos personagens aos veteranos de nossa cena.

Quando isso ocorrer, eu tenho certeza, Buracaju fará justiça aos versos carnavalescos da banda Eddie.

riansantos@jornaldodiase.com.br

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