quinta-feira, 27 de maio de 2010

Wry anuncia encerramento das atividades.



A banda Wry, uma das mais importantes do cenário alternativo brasileiro "forever and ever amen", acaba de anunciar o fim de suas atividades. O último show acontecerá no próximo sábado, no bar "Asteroid", em sua terra natal, Sorocaba.

O Wry se apresentou 2 vezes em Aracaju - a primeira ainda nos anos 90, no extinto Tequila Café, e a segunda ano passado no Capitão Cook, num evento que, por sinal, foi resenhado por mim aqui no Blog do programa de rock.

______________________________________________________


Uma das principais bandas independentes da história do rock alternativo e shoegaze brasileiro chega ao fim. Os integrantes do Wry anunciaram para esse sábado, dia 29 de maio de 2010, o último show do grupo. A apresentação acontece no Asteroid Bar, em Sorocaba. Para a despedida, irá acontecer uma reunião da formação original.

Segundo o líder Mário Bross, o motivo da banda estar encerrando as atividades é o fato de possuir uma estrutura de palco — som e iluminação — muito grande, o que dificulta a realização de shows ou mesmo turnês longas, por lugares distantes. Aliado a isso, há o sucesso do bar Asteroid — criado e mantido por integrantes do Wry —, que rapidamente se tornou um local importante para a cena independente (em pouco tempo, muitas bandas brasileiras e internacionais passaram por lá), tendo conquistado um grande público, mesmo não estando situado numa capital.

Lenda da cena indie brasileira, com quase 16 anos de história, o Wry lançou 7 títulos, entre álbuns e EPs. A banda passou uma longa temporada em Londres (7 anos). Tocou por lá com diversas banda, entre elas Ash, The Rakes e The Subways (cujo baterista chegou a integrar temporariamente o Wry). O álbum Flames in the Head (2006), talvez o melhor trabalho da banda, teve faixas produzidas por Gordon Raphael (produtor dos primeiros trabalhos dos Strokes).

No dia 24 de junho, data que marca os 16 anos do primeiro show da banda, os álbuns inéditos The Long-term Memory of an Experience e o disco-tributo National Indie Hits, além de bootlegs ao vivo e remixes, serão lançados para download na internet.

Fonte: Os Armênios

___________________________________________________________________________


(Wikipedia): Wry é uma banda brasileira de rock alternativo que debutou na cena independente em 1994 tocando no Festival Juntatribo II, em Campinas/SP, e sofre a influencia de bandas como The Jesus and Mary Chain, My Bloody Valentine, Legião Urbana e U2. Gravaram em fevereiro de 1995 sua primeira demo-tape, intitulada Morangoland, e desde então vêm fazendo shows pelo Brasil e Inglaterra e lançando álbuns, eps e vinis pelas gravadoras Monstro Discos do Brasil e ClubAC30 Records do Reino Unido.

O início - Em 1993, em Sorocaba/SP, a primeira fagulha para o surgimento do Wry é acesa quando os cinco amigos Mario C. T. Silva (Mario Bross), Luciano Marcello, Flavio Medeiros, Luís O. Costa (Chokito) e Renato Bizar lêem no jornal O Estado de São Paulo uma matéria sobre o Festival Juntatribo, onde figuravam várias bandas com nomes em inglês, língua na qual Mário se sentia mais inspirado para compor na época.

Envolvidos pelo modo de vida e pela sonoridade, microfonia e distorção de bandas como The Jesus and Mary Chain e Sonic Youth,[1] em setembro de 1993 resolvem formar uma banda, o Piso Sonoro, mas somente no ano seguinte e com a saída de Flávio é que o projeto se concretiza da forma sonhada pelos quatro amigos e assim surge o Wry.

Em 1994, com várias músicas compostas e ensaios ainda no começo, recebem a notícia de que Sérgio Vanalli, um dos organizadores do festival Juntatribo (aquele da reportagem do Estado de São Paulo) estava de mudança para Sorocaba, e o melhor, estava selecionando as bandas para a segunda edição do festival. Movidos por aquela chama inicial, fazem amizade com Sérgio e ensaiam incansavelmente durante seis meses com o objetivo de ser uma das bandas selecionadas para a edição de 1994 daquele festival tão inspirador. E o melhor, eles conseguem. Mas antes do grande debut, em julho de 1994, fazem seu primeiro show da carreira em Santos/SP, indicados ao promotor do evento pelo próprio Sérgio Vanalli. O primeiro passo estava dado.

Juntatribo - Ao lado das bandas Garage Fuzz, Killing Chainsaw, Pelvs, brincando de deus, Loop B, Lucrezia Borgia, Relespública, Little Quail, Virna Lisi, Língua Chula, Câmbio Negro e Planet Hemp, o Wry faz a sua estreia em um grande festival e tem seu nome repercutido por todo o Brasil por meio da cobertura da MTV Brasil, pelos maiores jornais do país e por veículos especializados. Nesse momento o nome Wry começa a fazer parte da cena independente nacional.

Direct e Morangoland - A primeira gravação do Wry foi lançada em fita-cassete. Intitulada Morangoland, conta com 11 músicas (Somersault, Hawkmoon, Irônica, Wry, Under the Sky, Distortion in My Mirror, Kill me Again, You Kill me Baby, Do You Dance With Me? - ao vivo, Nocturnal e My Bloody Marble). O Jornal O Estado de São Paulo publica a primeira resenha sobre um trabalho da banda. Mas é no palco que a banda se destaca, recebendo inúmeros elogios pelas performances cheias de energia. Seu nome vai se tornando cada vez mais conhecido, afinal, desde os primeiros lançamentos, são poucas as fases em que não estiveram fazendo shows ou com o pé na estrada.

Em 1998 lançam o álbum Direct, estréia da banda em CD. Produzido por Alejandro Marjanov (responsável pelos hits da banda Os Ostras) conta com 10 músicas: Sleeper, Redshoes, Under the Sky, She Gets Souls, Do You Dance With Me? Give Your Sex, Rocks Like a Little Stones, Distortion, Plumas & Paetês e Nightclub. Duas faixas são regravações da primeira fita-cassete. O trabalho é recebido de forma positiva pela crítica especializada em revistas e jornais de todo o Brasil, mas a mais célebre foi publicada no jornal O Estado de São Paulo com o seguinte título: "Wry não esta nem ai para o Caetano", se referindo a escolha do Wry em cantar em inglês, contrariando a nova cena nacional de rock que surgia na época, onde as bandas misturavam sons tradicionais brasileiros com guitarras distorcidas.

Redshoes foi eleita a música de trabalho desse álbum, tendo um videoclipe dirigido por Cleiner Micceno (conhecido produtor de "filmes B") e veiculado diversas vezes pela MTV Brasil e por outros programas de música alternativa da TV brasileira. Redshoes é até hoje pedida pelos fâs nos shows pelo Brasil. Outras faixas desse CD tiveram grande repercussão, principalmente no interior do estado de São Paulo e na região de abrangência da Rádio Rock 89 FM, onde as músicas "Under the Sky" e "Do you dance with me?" foram tocadas diariamente em sua programação normal.

As apresentações que se seguiram ao lançamento do álbum de estréia foram importantes para a carreira da banda. Dividiram palco com figuras conhecidas do rock brasileiro como Pin Ups, Hateen, Garage Fuzz, Jota Quest, Ira, entre outras, e tocaram com bandas internacionais em turnês pelo Brasil como Man or Astroman?, Make Up e Superchunk.

O álbum conceitual Heart-experience e o Circadélica - Com o álbum Heart-experience em processo de pós-produção, iniciam em outubro de 2000 seu pré-lançamento com cinco shows pelo nordeste brasileiro. Foram 17 dias dentro de um automóvel Corsa tocando em Salvador, Aracaju, João Pessoa, Fortaleza e Teresina. Animados com a repercussão, resolvem se aventurar ainda mais, viajando por estradas conhecidas e desconhecidas do Brasil com a turnê denominada Goo Goo Meginee Tour.

Lançado oficialmente em 2001 pela gravadora Tamborete Entertainment, a convite de Rafael Ramos (um dos sócios do selo, atualmente na DeckDisk), Heart-experience foi recebido novamente muito bem pela crítica especializada, rendendo ao Wry diversos convites para inúmeros programas da MTV Brasil, TV Cultura, TV Aliança Paulista (Atualmente TV TEM / Globo) e da 89FM Radio Rock. Definitivamente, a partir desse momento, o Wry se torna um dos expoentes do rock alternativo brasileiro seguindo em frente com uma agenda de shows sempre lotada.

No meio de toda essa agitação, ainda em 2001, apoiados pela LINC (Lei de Incentivo a Cultura), realizam em junho no centro da cidade de Sorocaba um festival chamado Circadélica, onde foi montada uma lona de circo, além de toda infra-estrutura de banheiros e pequenas barracas de comércio e alimentação. Foram dois dias de rock com 27 bandas divididas em dois palcos, um deles sob a lona e outro numa casa noturna (na época chamada Voyage) localizada a poucas quadras do evento. A entrada era franca e compareceram mais de 4.000 pessoas, sendo arrecadadas 4 toneladas de alimentos destinados aos mais necessitados. Entre as bandas estavam, além do Wry, Garage Fuzz, Thee Butcher’s Orchestra, Pelvs, Astromato, Maybees (agora Ludov), Holly Tree, Grenade, Walverdes, MQN, Biggs, Prole e Snooze, dentre outras.

2001 era ano em que os quatro amigos do Wry iriam realizar seu segundo sonho, que individualmente vinha sendo nutrido muito antes da banda se juntar: viver em Londres

As turnês brasileiras, Ellus, o álbum Flames in the Head e a saída de Renato Bizar - No final de 2001 a banda viaja para Londres acompanhada de vários amigos (a Goo Goo Gang) com a intenção de viver por lá por alguns anos, estudar e recomeçar o Wry na cidade que foi uma de suas inspirações desde o início. Fazem 9 shows nos primeiros 9 meses que permanecem na Inglaterra, antes de voltar ao Brasil para a turnê I Love and Hate You Tour em agosto de 2002. No mesmo ano de 2002, o CD Heart-experience é relançado, agora pela Monstro Discos e Fitas Magnéticas, com uma música inédita, Deep into the shadows of our mind, mais Waiting room: Have a sit, Distancity, 77:00, The new radio station no. 1, Jesus Beggar, That's me on the corner, You know why, Her substance, …in the breeze (here's the guilty, here's the beauty), Beautiful sickness, Begging you - get zonked, Sliced loving night, Man in black, Ultra-Sense - Take a ride on my little bike, That's me on the corner (acoustic version) e The new radio station no. 1 (short version).

Depois do sucesso da turnê brasileira tocando em casas lotadas por todo o Brasil, voltam a Londres e descobrem que as coisas estavam apenas começando a acontecer. Logo após seu retorno, recebem um convite de Tom O'Connor, empresário americano que vivia na cidade e havia visto o último show da banda antes de embarcarem para o Brasil. Aceitam o convite e a parceria dura três anos, influenciando a banda de forma positiva, na composição e em suas metas para a carreira e a vida.

Entre 2002 e 2006, o Wry já se sente em casa na cena londrina, tocando com bandas importantes como The Cribs, The Subways, The Rakes e The Parkinsons, além de um memorável show no Museu de Arte Moderna de Liverpool, o Tate Liverpool, onde participaram tocando ao vivo a trilha sonora da obra "Assume Vivid Astro Focus" - que também é o pseudônimo de um artista brasileiro mundialmente conhecido.

Lançaram alguns singles independentes, receberam criticas positivas de revistas como Disorder, Artrocker, Playlouder, Rockfeedback, Time Out, Drowned in Sound e do jornal Metro. Nesse mesmo período, Stuart Nicholls, fotógrafo muito respeitado em na capital britânica, se torna o fotografo oficial da banda.

Após lançar na Inglaterra o EP Come and Fall (no Brasil em vinil pela Monstro Discos), curiosamente a banda recebe outros dois convites em um mesmo dia: Tim Wheeler, vocalista da banda irlandesa Ash, que havia escutado o EP, e Gordon Raphael, produtor dos dois primeiros álbuns dos Strokes, que havia "descolado" alguns MP3 da banda na internet, queriam trabalhar com o Wry.

Das colaborações de Tim Wheeler e Gordon Raphael mais a produção da própria banda o Wry lança, em dezembro de 2005, Flames in the Head, fazendo uma pequena turnê pelo Reino Unido e uma turnê extensa pelo Brasil batizada de Wry em Chamas no Brasil, culminando com o show no Auditório do Parque do Ibirapuera em São Paulo, tocando ao vivo sob a direção de Bia Lessa, no desfile da grife Ellus, o principal daquela noite no São Paulo Fashion Week.

Um Wry mais maduro é notado nesse álbum de 10 faixas: In the hell of my Head, Come and fall, Don't you ever call on my name again, Airport girl, Cancer, Pictures of you, Powerless, Bad bad bad, Softly slow e Sabrina. Três músicas de trabalho foram definidas: In the hell of my Head, Come and fall e Cancer. E se tornam grandes hits.

O vídeoclipe de In the hell of my head, dirigido por Rodrigo Rigoni em Londres, é veiculado diversas vezes na MTV Brasil, trazendo para a banda novos fãs que nunca tiveram a oportunidade de ver o Wry em sua faceta mais inspiradora: o palco.

Baleias e Tubarões: o Futuro - Novamente, em 2006, o Wry estava de volta a Londres. Em julho desse mesmo ano, por motivos particulares, é anunciada a saída de Renato Bizar, que por 12 anos esteve à frente da bateria do grupo. Temporariamente a bateria foi assumida por Josh Morgan dos The Subways. Em outubro, André Barbosa (ex-baterista da banda gaúcha Good Morning Kiss), fâ e amigo do Wry, assume as baquetas. Com André, uma nova química se forma e rapidamente quatro novas músicas são compostas e postadas em 2007 no site da banda no Myspace, com a produção de Jon Hassuike, Mario Bross e Luciano Marcello. Em pouco tempo recebem três propostas de selos ingleses e em agosto desse mesmo ano lançam seu primeiro CD oficial nas lojas da Inglaterra: Whales and Sharks, pela gravadora ClubAC30, com distribuição no Japão, EUA e outros Países do mundo.

O debut inglês do Wry recebe ótimas criticas da mídia britânica, sendo as execuções de Different from me, por Steve Lamacq e de Sister, por Tom Robinson, na BBC[4] as de maior destaque.

Fazem vários shows e notam o crescimento do número de fãs ingleses, principalmente depois do lançamento do EP Whales and Sharks. Dentre os vários shows de lançamento os de maior repercussão foram quando dividiram as noites com The Subways, Los Hermanos e Ash.

Entre apresentações ao vivo e lançamentos, entram em estúdio para compor novas músicas. Em 2008 iniciam a gravação de vinte novas faixas que farão parte de dois novos álbuns intitulados She Science e The long-term memory of an experience, produzidos por Jon Hassuike, Mario Bross e Luciano Marcello e com lançamento para 2009 e distribuição no Brasil, Inglaterra e outros países. Entre essas músicas, pela primeira vez, algumas letras são em português.

Discografia:

* Morangoland (1995)
* Direct (1998)
* Heart-Experience (2002)
* Come and Fall EP & 7′ (2004)
* Flames in the Head (2006)
* Different from me 7′(300 copias) (2007)
* Whales and Sharks -- EP (2007)
* She Science (2009)

Nenhum comentário:

Postar um comentário