domingo, 27 de março de 2011

Iron Maiden no Brasil, até agora ...


Do site Wiplash: Segue uma transcrição aproximada do diálogo de Bruce Dickinson com o público após o colapso da grade que separava a pista vip do palco no show do Rio de Janeiro, no domingo à noite.

Iron Maiden: vídeo mostra queda da grade de proteção

De início, ele disse: "Hey caras, por favor, acalmem-se. Todos, dêem um passo para trás. A grade quebrou, e é perigoso. Não queremos ninguém ferido."

A banda então parou de tocar e Dickinson explicou que continuariam o show em 10 minutos depois que a grade fosse reparada. Depois de 20 minutos as vaias se tornaram mais audíveis enquanto o público começava a perder a paciência.

Bruce retornou ao palco para dar as más notícias. "A grade quebrou completamente. Não queremos ninguém ferido. Não podemos tocar hoje, mas amanhã, no mesmo horário, estaremos aqui. Todos que tenham um ingresso ou uma pulseira poderão entrar. Todos que não conseguirem vir ao show de amanhã terão seu dinheiro devolvido."

O público respondeu com vaias enquanto o vocalista fez uma última tentativa de acalmar os ânimos. "Ficamos sabendo que não há como a grade ser consertada hoje. Eu sei que isso é uma lástima. Mas, por favor, não quebrem nada quando saírem. Aqueles que não puderem vir ao show de amanhã, postaremos no site oficial como devem proceder para serem reparados. Mas eu garanto que amanhã teremos a melhor grade do mundo."

Da Rolling Stone: Em show de duas horas e sem inovações, a banda misturou faixas do último disco a clássicos como "The Trooper" e "Fear of the Dark"; Bruce Dickinson disse que apresentação foi gravada para um disco ao vivo.

Shows de metal fazem parte dos raros casos em que o clichê é bem-vindo. E o Iron Maiden é um dos melhores exemplos do que é uma apresentação do gênero: por mais previsível (e por vezes cafona) que possa ser, tudo dentro de um espetáculo como esse é, sem dúvida, verdadeiro. As 50 mil pessoas que assistiram à banda neste sábado, 26, no estádio do Morumbi, em São Paulo, viram o que o grupo vem fazendo há 30 anos - e esse é justamente o motivo pelo qual ele segue adorado por uma legião de fãs, cujas vidas parecem girar em torno do sexteto britânico.

O show começou pontualmente às 21h, com um vídeo de "Satellite 15... The Final Frontier" nos telões. Foi a primeira das cinco faixas do disco The Final Frontier, lançado em 2010: "El Dorado" (a segunda da noite), "The Talisman", "Coming Home" e "When the Wild Wind Blows" também fazem parte do set list da The Final Frontier World Tour, que seguiu intocado na apresentação do Morumbi.

Nesta nona passagem da banda pelo Brasil (a primeira aconteceu no Rock in Rio, em 1985, e a última foi em 2009), o palco ora é adornado por panos de fundo com a imagem de Eddie, trocados diversas vezes, ora com pequenas luzes que imitam um céu, logo atrás do baterista Nicko McBrain. Uma passarela acima de McBrain permite que Bruce Dickinson corra, em diversos momentos do show, de uma ponta a outra do palco. Aos 52 anos - Dickinson é o mais jovem da banda -, o vocalista não mostra sinais do tempo: a performance ainda é energética, e os agudos continuam intactos. Em mais de três décadas de carreira, Bruce Dickinson se mantém como um dos mais poderosos vocalistas do metal.

Antes de "El Dorado" ele chamou o público pela primeira vez, com seu indefectível grito de "Scream for me, São Paulo". Carismático, conversou diversas vezes com a plateia paulistana. "Sei que vocês têm que ir à igreja amanhã, mas não damos a mínima. Vamos manter vocês acordados a noite inteira", disse antes de "Coming Home".

O primeiro ponto alto do show veio com o clássico "The Trooper", de 1983, durante a qual, como de costume, Dickinson segurou uma bandeira da Inglaterra. Depois de "The Wicker Man", o cantor voltou a falar, contando que a banda estava prestes a chegar ao Japão para dois shows quando aconteceu o terremoto, seguido de tsunami, que devastou o país no último dia 11. "Vamos dedicar essa música a todos que passaram por essas merdas [catástrofes naturais]. Temos fãs no mundo todo. E não ligamos para sua religião ou sexo. Se você é um fã do Maiden, faz parte da família", falou, para alegria daqueles que têm no metal um estilo de vida, antes de "Blood Brothers".

Enquanto Dickinson manteve o contato com o público, Janick Gers divertiu-se em solos rápidos, dançando e fazendo pose com a guitarra. Steve Harris, fundador da banda, aproveitou para apontar o baixo em direção à plateia, como se segurasse uma arma. Em certos momentos, os dois, ao lado de Adrian Smith e Dave Murray, se uniram no centro do palco, formando um quarteto infalível de peso e virtuose.

Eddie, o mascote, surgiu durante "The Evil That Men Do", antecedendo o maior coro da noite, em "Fear of the Dark". Por mais manjado que um show do Iron Maiden possa parecer, é impossível tirar a beleza de momentos como esse, em que cada um dos 50 mil espectadores cantou, com as mãos para o alto, de forma devotada e incondicional.

A sequência que se seguiu foi a melhor do show: "Iron Maiden", "The Number of the Beast", "Hallowed by thy Name" e "Running Free" (as três últimas no bis) encerraram a apresentação, que durou cerca de duas horas.

Ao final, Dickinson avisou que o show foi gravado para um possível disco ao vivo, e afirmou que se algum dia "o Iron Maiden fizer uma turnê de despedida, passará por São Paulo". Diferente do que Steve Harris indicou meses antes do lançamento de The Final Frontier (ele deu entrevistas dizendo que seria o último álbum da banda), o Iron Maiden não parece interessado em parar. Os fãs do metal agradecem.

O grupo ainda passará por cinco cidades brasileiras nesta turnê: Rio de Janeiro (27/3), Brasília (30/3), Belém (1/4), Recife (3/4) e Curitiba (5/4).

por Bruno Veloso

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