quarta-feira, 23 de março de 2011

+ Iron Maiden

O Iron Maiden abre no próximo sábado, no Morumbi, sua nona visita ao Brasil. Vem para divulgar o álbum "The Final Frontier" e para continuar um "namoro" que já dura 26 anos.

Quando encerrar o show em Curitiba, no dia 5 de abril, completará 29 apresentações para os brasileiros desde o Rock in Rio, de 1985. Apenas Estados Unidos, Reino Unido, Inglaterra e Japão receberam mais shows da banda.

Em entrevista à Folha por telefone, da Cidade do México, o baixista, fundador e líder do Iron Maiden, o inglês Steve Harris, 55, elogia os brasileiros ("eles entendem de rock") e credita o sucesso a sua fidelidade à estrada.

Um dos maiores nomes do metal, realmente o Iron Maiden não para de excursionar. Feliz com a formação atual, com três guitarristas (Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers), Harris acha que, aos 36 anos de carreira, ainda quer "conquistar o mundo".

Folha - Por que Brasil e Iron Maiden se amam tanto?
Steve Harris - Não sei ao certo. Uma razão é que nós estamos sempre em turnê. É uma questão de fidelidade, a gente se dedica. Todo mundo na banda faz isso, gravamos os álbuns e saímos em turnê, sem projetos paralelos. Quando vejo tantos jovens nos nossos shows, muitos pais e filhos juntos, é realmente difícil de acreditar.

A banda vem ao Brasil pela nona vez.
É um namoro fiel. Nós não excursionamos tanto porque nosso público é fiel. É o contrário. Nós temos um público fiel justamente porque não paramos de viajar e tocar.

A banda tem fama de passar pouco tempo no estúdio...
"The Final Frontier" foi rápido, levou uns dois meses.

"The Final Frontier" é o disco mais longo que a banda gravou até hoje, com músicas de até 11 minutos. É para que os três guitarristas tenham espaço para os solos?
[Gargalhadas] Não, embora ajude. Quando gravamos, ninguém liga para a duração das músicas. Chegamos a pensar neste como um álbum duplo, mas não rolou.

"Eldorado" saiu antes do álbum. Os singles ainda são importantes para a banda?
Não. Na verdade, soltamos a faixa só para satisfazer a curiosidade das pessoas, não para vender como um single. Nunca fomos uma banda de singles. Nós nunca tocamos no rádio mesmo, por que se preocupar em lançar um música fora do álbum?

É verdade que a banda não tem sobras de estúdio para lançar no futuro?
Sim. É o nosso jeito de trabalhar, não gravamos 20 canções para escolher o que entra. Ali no estúdio já pensamos no que vai entrar no álbum, só gravamos essas.

Vocês querem terminar logo o disco e cair na estrada?
Sim, eu prefiro excursionar a gravar. Nos shows, tenho o mesmo prazer depois desses anos todos.

Há alguma banda com a qual gostaria de dividir turnê mas isso ainda não aconteceu?
AC/DC, sem dúvida, mas será difícil. Cada um é sempre a atração principal. Não vai ser fácil convencê-los a tocar antes de nós [risos].

O que o Iron Maiden ainda não fez? Resta alguma meta?
Tocar em lugares diferentes é o que move o grupo. Nesta turnê tocamos na Coreia do Sul pela primeira vez. Vamos tocar na China um dia. Enfim, a conquista do mundo, mais ou menos isso.

THALES DE MENEZES
Fonte: Folha de São Paulo

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