terça-feira, 18 de outubro de 2011

# 201 - 15/10/2011

Leonardo Panço, escritor carioca ex-guitarrista do Jason, Sountien Xiita, Cabeça e mais um monte de bandas, esteve em Aracaju sábado passado lançando seu novo livro, “Esporro”, que conta histórias de “uma certa cena” underground que aflorou no Rio de Janeiro na primeira metade da década de 90 gravitando em torno do Garage Arte Cult, um pardieiro que serviu de casa para os roqueiros mais “casca-grossa”, no estilo CBGB´s. O lançamento se deu no Capitão Cook, em mais uma “Noite Fora do eixo”, a segunda se uma série que o Virote coletivo pretende promover com uma banda ainda com pouca projeção na cena local mais uma convidada de fora do estado.

E foi o de sempre: quase ninguém lá dentro e uma pequena multidão do lado de fora, bebendo e se divertindo no meio do nada – porque na frente do cook não tem nada, apenas um terreno baldio entre o bar e o mar. A aglomeração é tamanha que já se formou um pequeno comercio informal por lá, com barraquinhas de cerveja, cachorro quente e quitutes. Aos que se arriscam em organizar algo, resta a tarefa inglória de contar os trocadas pra ver se dá pra pagar pelo menos o som. Não por acaso um figura de uma banda de Salvador me falou recentemente que pra tocar no Cook ele não vem mais a Aracaju nem a pau. "Porque ninguém entra". Certo ele.

Mas enfim, quem não entrou perdeu um belo show da Casa Forte, um esquete teatral interessante do Grupo de Teatro A Tua Lona que constava de duas garotas “torturando” um rapaz com perguntas de conhecimento geral ao som de “geração coca-cola”, da Legião Urbana, e Você me Excita, de Salvador, que merece um parágrafo a parte ...

Os baianos surpreenderam com um show animadíssimo, apesar do aparente desânimo dos presentes (e pode me incluir nesse meio, apesar de eu estar animado, apenas não sou uma pessoa expansiva). Fazem um rock básico e nervoso, na linha do que também fazem Strokes e Libertines lá fora e Vivendo do Ócio em sua cidade natal. O vocalista/guitarrista, em especial, se esforçou bastante para despertar o público (e pode me incluir de novo, apesar de eu estar animado, juro). Têm uma pegada muito boa, especialmente o baterista, que segura muito bem o ritmo. O trabalho das guitarras também é muito criativo e as composições são simples porém eficientes, como o bom rock geralmente é. Uma boa banda, enfim.

Antes do Cook, Panço esteve no programa de rock conversando ao vivo sobre seu novo rebento – que tá bonito, diga-se de passagem, bem impresso, ricamente ilustrado e com uma excelente diagramação. Contou, entre outras coisas, que teve a idéia depois de ler uma entrevista com o jornalista André Barcinsky em que ele falava que não tinha nada que prestasse no rock brasileiro, onde até mesmo no underground a chatice imperava. Resolveu que, já que ele fez um livro chamado “Barulho”, um dia faria um chamado “Esporro” pra mostrar que ele estava errado. O resultado pode ser conferido nas melhores livrarias ou aqui.

Esta edição do programa de rock foi praticamente um “talk show”, já que pela segunda metade do programa também passaram, dando seu recado, a Tody´s Trouble band, nova promessa da cena local, e a Plástico Lunar, a caminho de um show histórico no SESC Pompéia “do começo do fim do mundo” em São Paulo. Hoje (terça-feira, 18/10/2011).

Na parte musical, além do Drop Loaded e do Bloco do ouvinte produzido pelo nosso camarada Gabriel “perninha”, baterista da Baggios, algumas das bandas que foram retratadas no livro do Panço, com destaque para a genial Gangrena Gasosa, cuja letra de “traxangô” (precedida de um ponto de macumba) reproduzo abaixo, depois de uma excelente entrevista com Panço surrupiada do site “O Inimigo”.

Muitos consideram os anos 80 como os primordiais para o rock no Brasil. Ok, tem lá sua relevância e começam a surgir escritos e documentários que registram essa época. Mas foi uma época em que poucos ganharam muito. E alguns ainda surfam na crista dessa onda enganando muitos tocando as mesmas músicas há 30 anos e novas composições que se viessem embrulhadas em saco de lixo não seria exagero. Do outro lado da moeda os anos 90 passaram despercebidos por muita gente. Mesmo sendo nessa época que dezenas de bandas, conseguiram seu lugar ao sol com muito pouco. Pra citar algumas: Raimundos, Skank, Chico Science e Nação Zumbi, Mundo Livre S/A, Planet Hemp. Isso para ficar apenas em cinco, que tiveram mais destaque. Outras tantas país afora fizeram shows, turnês, gravaram discos, deram origem a tantas outras. E foi nos anos 90 que os festivais, que sempre existiram, ganharam a força para se manter até hoje. Um pedaço dessa história, do Rio de Janeiro mais precisamente, foi contada por Leonardo Panço no seu mais recente livro: Esporro. Estão nele bandas como Soutien Xiita, Gangrena Gasosa e Piu Piu e Sua Banda. Um livro que na verdade foi escrito há mais de dez anos e só agora chega ao público.

Confira abaixo a entrevista com Panço:

Hugo Morais – Este é o terceiro livro que você escreve, todos calcados na temática da música, do rock. O do Jason é como um diário de bordo, algo que Mozine e Quique também fizeram. Já o Caras dessa idade leva em consideração outra visão da sua viagem pela Europa. Qual a diferença de Esporro para os outros dois?

No final das contas é isso que eu sou, né? Um roqueiro. Por acaso escrevo e tive a ambição de lançar livros, então no final das contas cá estou eu lançando o terceiro rebento, todos sobre música. Mas de certo modo, o segundo é um livro de crônicas, de um cara na estrada, morando fora do Brasil, mas eu não vejo ele como um livro de música não. Tem alguns momentos que fala de música, que cita partes de música, mas talvez, sei lá, 10% seja sobre música. O Esporro é mais ou menos o seguinte: é um livro escrito há uns 12, 13 anos atrás, antes dos outros dois, mas somente vai sair agora porque sempre foi muito difícil terminar ele. Ontem mesmo eu falei com o Flock, que fez toda a incrível e marcante arte, que não seríamos capazes de ter feito ele há 10 anos atrás, pelas limitações técnicas, principalmente. É um livro que conta histórias loucas que toda cidade do mundo teve com as bandas locais. Eu conto as aqui do Rio, mais ou menos no período de 92 e 93, e com um número limitado de bandas. No geral bandas de amigos, que eu gostava, que eu acho relevantes. Outras pessoas fariam de outra maneira, mas isso aí foi o que eu fiquei com vontade de contar.

Alexis Peixoto – Você já começa a se sentir mais escritor do que músico ou as duas atividades estão em pé de igualdade?

Diria que agora as duas coisas estão mais ou menos paradas. Preciso primeiro terminar uma coisa pra começar outra, é tão mais fácil mentalmente. Então agora a prioridade total é de lançar o Esporro, marcar a tour, divulgar, dar entrevistas, lançar, fazer festas no Rio pra recuperar o dinheiro investido. É muita coisa pra fazer, né? Algumas coisas só existem porque alguns amigos abraçaram a ideia: Danubio criou Facebook do livro, vimeo, youtube, twitter. O Flock diagramou, o Sno fez o teaser. Se fosse só eu, ficaria difícil porque só sei ligar o computador, o word e ver e-mail. Não sei fazer muito do mundo moderno, apesar de gostar da facilidade de baixar filmes, discos, etc. Desde que saí do Jason em janeiro, parei de tocar uns dois, três meses e agora recentemente estranhamente voltei a criar e tenho algumas músicas em andamento, mas em marchamegasuperlentasempressaalguma. Podem até nunca ficarem prontas. Na verdade eu queria dar os riffs que eu faço pra outras pessoas usarem, assim não se perderia o que eu crio e nem teria que me dedicar de uma maneira que não posso no momento. Quem sabe depois da tour do livro terminar, né? Minha ideia é fazer essa primeira parte que vai de 01/10 até 06/11 direto e depois fazer poucas coisas ainda esse ano porque tenho que fazer uma artroscopia no joelho. Artroscopia no joelho é um pleonasmo? Então faço o lançamento no Rio dia 19/11 aqui em casa mesmo, nada de livrarias na Zona Sul. Zona Norte, subúrbio. Vai ser ótimo, tenho cá pra mim. Mas já tenho convite pra ir a Volta Redonda, aqui no interior e espero ir a Resende no dia anterior, sempre foi assim com o Jason. Quero muito ir a São José dos Campos também. Daí depois acho que só depois do verão e do carnaval. Quero ficar de bobeira um pouco porque esse livro foi muito desgaste, pergunta ao Flock. E aí espero depois da praia, lá por março retomar. Tenho novos roteiros na cabeça e espero fazer algumas coisas.

Hugo Morais – Como você vê no Brasil as publicações voltadas para a música?

De revista? Em papel só leio a Rolling Stone porque um amigo compra e me empresta. Mas passo sem ela, né. Gosto mais de ler entrevistas. Hoje tem muita entrevista em vídeo que é legal também. No mais eu leio em sites, blogs, etc. Agora se é em livro, ainda é muito fraco, né. Tem muito pouco livro de música no Brasil. No rock tem muito pouco, no underground então. Esse ano no Rio, que saiu o meu, do Pedro de Luna e do Larry, uma coisa atípica, três ao mesmo tempo praticamente. Mas ainda falta muito.

Alexis Peixoto – Essa também é a segunda vez que você faz uma turnê para lançar o livro. O que é mais prazeroso, cair na estrada para divulgar um livro ou com uma banda? Em que uma coisa é diferente da outra?

Acho muito diferente. Pra começar uma é em coletivo e outra individual. Gostava muito mesmo de tocar com o Jason, principalmente quando tudo dá certo, o que não é muito comum. Quando acontece de o som estar ótimo, as pessoas felizes, o lugar cheio, os quatro se ouvindo, o astral alto, é uma experiência pra mim acima de tudo em termos artísticos. Mas não vou dizer nunca porque nunca é muito tempo, mas minha vida em coletivo está terminada. Sou muito difícil, as pessoas não me aturam mais, eu não aturo as pessoas muito tempo, ir ensaiar toda semana, pegar ônibus, acordar cedo, viajar de acordo com a vontade e o gosto de outras três pessoas é difícil. Mas tour do livro é muito legal também. A primeira teve um monte de coisas que poderiam ter sido melhores, tanto da minha parte, quanto das pessoas. De vários eventos, só um fez filipeta em papel, os outros só virtual. E acho que ainda faz falta. Fora que tour de livro, no meu caso, que não tenho um nome forte, não pode cobrar ingresso, dar lucro, então fica difícil exigir uma dedicação grande de quem faz. Em JP e Campina Grande fiz shows com a juventude do ELMO tocando Jason e aí dava pra cobrar, mas no geral é mais difícil. De qualquer modo essa agora vai ter coisas diferentes da outra, não vou tocar guitarra nos eventos como fiz da outra vez, vou a galerias de arte, livrarias, vários lugares. Novas experiências com certeza. Fora que vou a cidades onde nunca fui como Esteio, Sapucaia do Sul, Sapiranga, Joinville, São Leopoldo, Novo Hamburgo. E espero que os convites pra ir a novas cidades onde nunca fui surjam bastante.

Alexis peixoto – Você sempre cita como influência Jello Biafra e Henry Rollins, que são músicos escritores e costumam fazer turnês literárias. Mas o trabalho deles é mais voltado para a política, enquanto você prefere abordar cultura pop e suas próprias experiências com essa cultura. Já pensou em escrever algo mais “engajado”?

Não. Sendo sincero e direto, não. Não é meu jeito, me dá sono, não é meu estilo, e não vou contra isso. Gosto de ler livro de rock, não de política. De qualquer modo quando eu estava na Alemanha, vi um DVD do Rollins ao vivo na Austrália. Leva umas 3 horas e não vi uma frase política, era praticamente um show de humor. Muito engraçado mesmo. Ele fala de uma viajem dele para a Sibéria, de um taxista que queria ficar com ele em Nova York, vários lances divertidos. Acho que a minha política está nas entrelinhas, quando eu lanço minhas coisas sozinho, quando eu toco nos squats, durmo onde for preciso, lanço bandas, livros, saio por aí e mostro na prática que tudo é possível, parte aí e faz o teu.

Hugo Morais – Tendo participado dos anos 90 ativamente, dentro da construção da cena, como você avalia ela hoje?

Eu me sinto um pouco fora da cena hoje em dia se comparado com a minha atuação nos anos 90 quando eu vivi 100% da minha vida para o rock, bandas, escrever, compor, viajar, divulgar, fanzines, gravadora, lançamentos, etc. Então o que eu gosto agora é da modernidade. Fico imaginando na época da gente em 92, 93, algumas performances muito loucas da Gangrena, do Piu Piu, estariam com certeza com 100, 200 mil views fácil. Tudo seria mais fácil e interessante. Acho a maior parte das bandas uma merda hoje em dia, mas tem das duas, né? Ou são mesmo ou estou velho. São outros tempos e gosto de poucas coisas ainda. Ratos de Porão, Eu serei a hiena, Gigante Animal, Emicida, Nação Zumbi, sei lá, não são tantas.

Alexis Peixoto – Lá fora, os 90′s foram os anos em que o “alternativo” estava na ordem do dia. E no Brasil? Havia essa pretensão de criar um mercado ou se fazia música apenas por inquietação?

Ih, não sei. Acho que uma coisa acaba levando à outra, né? A gente faz as coisas por inquietação, movidos por uma vontade interna, por gostar do que se faz. De repente no meio do processo todo natural, de jovem, você percebe que pode fazer mais, se mover mais, articular mais. Aí as coisas vão andando para outro lado. A inquietação se junta com a pretensão de criar um mercado, o que acho que aconteceu comigo, né. Comecei um fanzine, passei a colaborar com outros zines, depois revistas, depois jornais, e um dia tinha virado jornalista oficialmente. Montei uma banda com 15 anos e um dia estava lançando a banda dos amigos, de outras pessoas, estava viajando pra Europa, pra vários lugares do Brasil. Acho que uma coisa leva à outra de forma natural pra quem segue na insistência.

Alexis peixoto – E hoje, esse mercado existe? Se sim, isso coloca o Brasil num delay de dez anos com o resto do mundo?

Eu sempre achei que a gente estava dez anos atrás de todo o mundo, assim, Europa e Estados Unidos. Hoje não tenho mais essa certeza e pra ser sincero não me importa mais. A gente tem o nosso tempo. A Alemanha tem cervejas mais velhas que o Descobrimento do Brasil, então vamos com calma, que o tempo vai acertando umas coisas. Falta muitão ainda, mas a gente já faz coisas com muitíssima qualidade. Você ouve o disco novo do Paura e não tem nada a dever aos discos gringos, é hostil, bem tocado, bem gravado, eu acho muito no nível de todo mundo lá fora.

De uns tempos pra cá, a crítica americana vem concordando que os anos 90 foram a última década em que surgiu algo de realmente original na música. O livro novo do Simon Reynolds, aliás, bate muito nessa tecla. Você concorda?

Sempre vai soar como papo de velho, né. “Ah não, minha época era melhor”. Sei não. Flock me passou outro dia o Warpaint, quatro minas que vão tocar aqui no Rio. Não sei de onde é, mas achei excelente. Vou estar em tour, mas se estivesse aqui, gostaria de ver. Então não acho não. Antes eu falei que tem muita banda merda, mas nos anos 80 tinha, nos 90, e agora vai ter e na próxima década também. Eu quero sempre que não tenha pra eu poder colocar coisas diferentes no iPod todo dia já que são 90km ida e volta pro trabalho e preciso variar muito.

Hugo Morais – Ficou algum legado dos anos 90 para as bandas de hoje?

De certo modo ainda tem muito para melhorar, claro, mas algumas coisas hoje são tão melhores que deve ter algum reflexo do que veio para trás. Os punks dos anos 80 apanharam da polícia para os dos 90 não apanharem. A gente tocou em [amplificadores] Staner, Gope, Jazz Chorus, várias tranqueiras, pra agora geral poder ver um Marshall sem se espantar. Mas ainda falta muito.

Hugo Morais – Se existisse a internet naquela época alguma banda teria tido mais “chance”? Se sim, qual ou quais?

Aqui no RJ, acho que Piu (Piu e Sua Banda) e Gangrena (Gasosa) seriam maiores, o Sex Noise também. Eram ótimas performances ao vivo.

# # #

Ponto:

As portas do inferno estremeceram

Todos correram para ver quem é

Eu dei uma gargalhada na encruzilhada

É a pomba gira e o compadre Lúcifer

Traxangô

Gangrena Gasosa

Tem um pôster da Gangrena
E uma estátua de Satã
Só curte sexo anal
E bate punheta para Iansã
Sua jaqueta vermelha
Feita de couro de bode
Tem pregado nas costas
Um patche com a imagem de São Jorge

Odeia Black Sabbath
Rush & Led Zeppelin
E a fivela do seu cinto
É a cabeça da Janis Joplin

Cavaleiro Black
Ele é o Knight do Mal
Empunha a sua espada
Pelo Saravá Metal!

Não usa tatuagem
Ele se risca com pemba
Que rouba Sexta-feira
Na roça de mãe Jurema
Não usa spike ou bottom
Ele odeia tudo isso
Usa fita da Bahia
E patuá contra feitiço

Não trabalha, é feio
E nunca teve namorada
Come despacho de macumba
E dorme nas encruzilhadas

Cavaleiro Black
Ele é o Knight do Mal
Inverte a sua cruz
Pelo Saravá Metal!

# # #

Venus Volts - Sex is Blind
The Salad Maker - Between Dreams
(Drop Loaded)

Frank Black - Calistan
Johnn Frusciante - wednesday´s song
Buffalo Killers - Circle day
Supergrass - She´s so loose
Graveyard - Evil ways
- por Gabriel "Perninha"

Soutien Xiita - My song
The Funk Fuckers - Inthahouse
Sex Noise - Franzino costela
Poindexter - Terrô!
ponto.
Gangrena Gasosa - Traxangô

Entrevista com Leonardo Panço

Tody´s Trouble Band - o Murro blues
+ Entrevista

Plástico Lunar:

# Mar de leite azedo
# Quase desisto
+ Entrevista



2 comentários:

  1. Adelvan,

    Tô indo lançar meu livro em Aracaju dia 12/11 e queria trocar uma ideia contigo, ver se rola o programa de radio tb...

    Aguardo seu retorno.

    abraços,

    Pedro de Luna

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  2. Oxe, que massa ! Na hora, rola sim, claro. Como é num sábado, só não rola se vc não quiser (faço as entrevistas ao vivo). Me passa todos os detalhes via e-mail - adelvank@hotmail.com

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