sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Barney Greenway, uma entrevista ...

Quem já viu, ao vivo ou em vídeo, alguma apresentação do Napalm Death conhece as performances do frontman Mark "Barney" Greenway: nervosas, inquietas e cheias de disposição. Mas, fora dos palcos o cara parece um verdadeiro gentleman – ao menos foi a impressão que ele passou durante a conversa por telefone para esta entrevista, pré-agendada para às 7h de uma terça-feira qualquer, em dezembro de 2014. O britânico que assumiu os vocais da seminal banda de grindcore em 1989, pouco antes do lançamento do terceiro disco oficial, Harmony Curruption (1990), mostrou-se extremamente educado e atencioso durante mais de 30min de bate-papo. Com sotaque acentuado, o quarentão respondeu todas as perguntas sem pestanejar. Entre os temas abordados, teve sua saída do Benediction, a passagem pelo Extreme Noise Terror depois de ser chutado momentaneamente do ND, a morte do ex-colega e guitarrista Jesse Pintado, veganismo, suas impressões sobre projetos dos outros músicos do Napalm e o novo disco Apex Predator – Easy Meat (previsto para ser lançado no fim de janeiro).

Foi a oportunidade para entender melhor o sentido da expressão ‘dorme com um barulho desses’. Afinal, depois de assistir a um show do Ratos de Porão na noite anterior e escrever a resenha sobre o evento durante a madrugada, ainda estava ansioso para trocar uma ideia com Mr. Barney logo nas primeiras horas do dia.

Voltemos no tempo um pouco: o que fez você deixar o Benediction e entrar para o Napalm Death, no fim dos anos 80?
Mark "Barney" Greenway –
Eu estive por um curto período nas duas bandas, para ser honesto. E foi, tipo, muita coisa, sabe? O Napalm começou a ficar bem ocupado e eu senti que não poderia me comprometer com o Benediction, pois a banda estava meio que começando também. As coisas ficaram complicadas de conciliar. Então, percebi que estava colocando os caras do Benediction em situação desconfortável. Por isso, tive de optar entre uma ou outra. O Napalm acabou sendo minha escolha.

Como era antigamente a ‘cena’ punk/hardcore e também do metal na Inglaterra? E como esses estilos começaram a se fundir para dar origem ao que hoje conhecemos por grindcore?
Barney –
Engraçado como em 1999, e antes disso, a cena hardcore estava proeminente no Reino Unido. Mas, começaram a rolar umas vibes ruins. Tipo: muita gente das bandas começou a falar merda sobre outros grupos, sem razão. Ficou um lance bem estúpido, na real. E até infantil, sabe? O Napalm meio que se tornou um para-raios disso. Voltando no tempo, penso que foi bastante triste, pois essas coisas meio que arruinaram uma cena realmente bacana. Bem, merdas acontecem, suponho. Mas, enfim... Havia naquele tempo, enquanto a cena estava com tudo, diversas bandas mandando brasa. Tinha, obviamente, o Napalm Death, Heresy, Concret Sox, Sacrilege, Intense Degree, Conflict... Era uma cena bem grande. Mas, infelizmente, isso passou e virou uma vergonha. O cenário do metal não era tão representativo naquele tempo. Para o underground, estranhamente, o death metal e coisas do tipo eram bem pequenas. Não era nem de perto o que foi a cena hardcore. Engraçado como a mesa virou, e agora temos o metal bem expressivo e o hardcore em baixa, bem menor.

Você lembra de quais discos ‘entortaram sua vida’? Quais álbuns fizeram você pensar: foda-se, vou tocar em uma banda de som pesado?
Barney –
Primeiro, é preciso deixar claro que nunca tive a intenção de me tornar um músico. Nunca foi um objetivo pra mim. Acho que, para um monte de gente, se você curte punk e hardcore ou essas doideiras, ser músico de verdade não é uma meta de vida. Você cai nesse mundo simplesmente porque ama música. 

Pior, verdade!
Barney
– Aquilo que te rodeia influencia muito, sabe? Pra mim foi a mesma coisa. Eu estava trabalhando, tinha um emprego como engenheiro em uma fábrica. Então, o pessoal do Napalm me convidou pra entrar na banda. Eu nunca havia pensado em estar em uma banda como eles ou o Benediction. Mas, quando percebi, já estava – ainda que dedicando apenas uma pequena parte do meu tempo, uns poucos dias por semana. As primeiras vezes que escutei rock devem ter sido em casa, pois meu pai curtia. Acho que as primeiras coisas que ouvi foram, possivelmente, os discos da primeira fase do Black Sabbath. O Sabbath Bloody Sabbath, especificamente, pois era um dos que meu coroa ouvia direto. Depois disso, veio o Made in Japan, do Deep Purple. Começou com esses lances mais antigos e, com o passar do tempo, fui ouvindo bandas mais extremas. 

Quais bandas, por exemplo? Quais discos de death metal ou punk, lembra?
Barney
– Pelo lado punk, acredito que uma das primeiras bandas que me fez pirar foi o GBH, por causa do punk 77. Eu era muito jovem pra entender o que estava rolando, e meu pai não gostava muito desse tipo de som. Ele era mais ligado em heavy rock e eu acabei descobrindo o punk por conta própria. Então, apareceu o GBH, possivelmente em sua segunda fase. Em seguida, veio Discharge e Exploited, e algumas coisas norte-americanas, como Crucifix e Minor Threat. E por aí foi, conforme o tempo foi passando.

E sobre o fato de o Napalm ser considerado um dos pioneiros do grindcore, você sente-se confortável com isso?
Barney –
Há duas coisas que precisam ser ditas sobre isso. Uma, é que o termo grindcore foi inventado pelo Mick (Harris), antigo baterista do Napalm. Isso não surgiu de revistas ou foi cunhado pela mídia, como muitas pessoas acreditam. Então, a galera dos fanzines ou alguma outra publicação passou a usar a alcunha. E a definição de grindcore também é do Mick. É algo que pode ser completamente arrastado e pesado, como Swans ou algo do tipo, ou louco e veloz, tal qual D.R.I ou Siege. Era algo bem amplo, não o que se tornou depois – que caracteriza apenas músicas muito rápidas. Acho importante mencionar isso.
As pessoas falam esse tipo de coisa (sobre o pioneirismo do Napalm) e, por mim, ok. É até legal. Não é algo em que se possa confiar ou se apegar para direcionar seu som, porque não se deve ficar apegado ao passado. Acho que você precisa ser tão bom quanto possível em seu próximo disco ou apresentação. Todas essas coisas boas que as pessoas falam são porque elas são muito lisonjeiras. Não se deve deixar isso inflar seu ego, senão você se torna complacente e começa a acreditar que tudo que faz é bom. E isso pode levar a resultados bem ruins.

O Napalm tem uma carreira brilhante, independente de qual fase, já que a banda tem períodos mais velozes e agressivos, e outros um pouco mais experimentais. Ainda assim, há uma identidade forte, que sempre os caracteriza. Esses momentos musicais distintos são propositais ou surgem naturalmente?
Barney
– Creio que qualquer disco do Napalm é sempre uma experimentação em certo grau. Isso aparece naturalmente. Se você força, vai soar falso. Quando fazemos um álbum, não existe um plano principal de como ele deve ser. Não é como se disséssemos: “temos de fazer composição com esses elementos ou aqueles”. É um processo bem natural pra gente. Não existe um tipo especial de “coreografia” pensada. A música simplesmente nasce como tem de ser. E acho que isso é algo muito bom.

E o que vocês estavam ouvindo quando compuseram registros da fase que costumo chamar de ‘mais experimental’, quando saíram os discos Diatribe, Inside the Torn Apart e Words From the Exit Wound?
Barney
– Você precisa entender que é um pouco difícil, até trapaceiro, responder isso. Afinal, entre os integrantes do Napalm não há um consenso, é um lance controverso. Eu achei complicado fazer esses trabalhos, pois estava ouvindo coisas bem distantes do que o Napalm costumava fazer. Então, me tornei um pouco descontente com o que estava rolando. Em retrospectiva, hoje eu aprecio muito mais esses registros e os vejo pelo que eles realmente são. Acho que as influências gerais nesses trabalhos são mais como Killing Joke, Swans e bandas com um tipo de música mais espacial – embora nunca tenhamos deixado de gostar de sons mais rápidos e agressivos, como hardcore e metal extremo. Mas, há outras sonoridades que nos influenciam, e isso é algo positivo. Talvez tenhamos feito algo fora desse lance rápido e louco, e isso é mais presente nesses discos.

Foi nesse período que você deixou o Napalm e entrou para o Extreme Noise Terror (o ENT lançou o disco Damage 381 em 1997, com Barney, Phil Vane e Dean Jones nos vocais), certo? O que aconteceu e como foi a experiência?
Barney –
Sim. Foi um pouco estranho, pra falar a verdade. Isso nos remete ao que falava antes: ficar fora do Napalm tem a ver com o fato de eu estar um pouco descontente com alguns desses álbuns lançados durante os anos 90. E eu não deixei a banda, fui chutado por um tempo.

MITCH!
Sério?
Barney –
Sim, foi como as coisas rolaram. O ENT se aproximou de mim depois de eu ser posto pra fora do Napalm. Deixei isso claro pra eles: “Caras, acabo de tomar um pé na bunda da minha banda e não estou muito legal no momento. Então, não vou entrar para o ENT em tempo integral, fazer turnês e essas coisas. Porém, gravo um disco de boa com vocês se realmente precisarem de mim.” Aí, gravamos o Damage 381. E confesso que não foi o que eu esperava que poderia ter sido. Eu meio que tinha esperanças que fosse algo mais tradicional, tipo Discharge. Achava que seria mais barulhento, com mais ataque, e não foi. A gravação ficou um pouco mais metal e eu não curti. No entanto, eu havia prometido ao Dean que finalizaria o registro e mantive minha palavra. Então, participei do disco, mas penso que poderia ter ficado melhor. Não se pode dizer que não há partes boas. Continua sendo punk e caótico.

Tenho uma pergunta triste agora: qual o impacto da morte do guitarrista Jesse Pintado? A banda chegou a pensar em parar as atividades, ao menos por um tempo?
Barney –
Não, nunca faríamos isso, apesar desse fato lamentável. Pra ser honesto, era algo que parecia inevitável. Isso porque o Jesse estava numa fase muito, muito ruim com algumas substâncias. Além disso, estava em péssima forma, com a saúde debilitada. É preciso lembrar que demos uma chance para ele. Realmente tentamos ajudá-lo, fazendo com que voltasse para a casa dos pais para ver a família poderia auxiliar com os problemas pelos quais ele passava. Mas, não adiantou. Deixamos seu lugar em aberto na banda, para que ele pudesse retornar assim que estivesse cuidando de si. Porém, também não funcionou. Trouxemos ele de volta mesmo assim, para fazer uma turnê pelo Brasil, inclusive. Estávamos aí e foi uma tremenda bagunça. Jesse simplesmente desapareceu e não conseguíamos encontrá-lo. Foi nesse tempo final em que ele esteve conosco, quando estava completamente doido. Não há problema nenhum em ficar doidão, mas ele estava superdoidão. Foi tipo: “Porra, Jesse! Estamos tentando ajuda-lo, mas você também precisa se ajudar”. Era uma situação bem ruim, e no fim das contas nós meio que deixamos ele fazer o que queria. Dissemos: “Olha Jesse, não temos mais como fazer isso por você”. Assim que ele se foi, Mitch imediatamente assumiu o posto das guitarras e isso funcionou. Então continuamos dessa forma. E não esqueça: Jesse morreu poucos anos depois de ter saído do Napalm. Claro que foi muito triste, pois ele era nosso amigo. Mas, para ser honesto, eu não fiquei surpreso que isso infelizmente tenha acontecido.

Saindo da música um pouco: você é vegano, né?
Barney –
Isso mesmo.
Quando você deixou de comer carne?
Barney –
Eu tinha 14 anos. Em 1983, parei de comer carne porque vi um vídeo na escola que mostrava um matadouro, sabe? Onde abatem os animais. A partir desse momento decidi que não queria mais ser parte disso. Então, fui pra casa, disse a minha mãe sobre essa decisão e ela: “que merda é essa?”. Isso era algo novo na Inglaterra naquele momento, mesmo que o país fosse o lar do bem-estar animal e coisas do gênero. Levou um tempo para descobrirem, mas isso rolou de boa. Desde muito cedo também parei de usar produtos animais, como shampoos e tudo mais. Também parei de usar couro, eventualmente. E, depois disso, me tornei vegano. Na verdade, fiz essa opção recentemente, acho que há uns dois anos.
E quais argumentos você usaria para convencer alguém a tornar-se vegano também?
Barney –
Eu apenas penso que, para mim, é sobre o tratamento com outros seres sencientes. Creio que os animais têm mais sentimentos do que as pessoas gostam de acreditar. E quando você pensa nisso, no jeito que os bichos são tratados na produção de carne, me parece desumano. Há ainda a questão ambiental dessa cadeia, que não é nada boa. Isso sem falar sobre as fazendas industriais onde milhares de animais são criados em espaços minúsculos, tratados muito mal e transportados de uma forma que não é particularmente boa. Tem todas essas razões, na verdade. E, com relação a nossa saúde, acho que o vegetarianismo ou o veganismo são dietas mais saudáveis para as pessoas.

Além da questão animal, o que mais te incomoda e serve de inspiração para suas letras?
Barney –
Acho que qualquer coisa ligada ao interesse humano. Assuntos nos quais os humanos ou outros seres com capacidade de sentir são tratados de maneira desigual. As pessoas dizem que o Napalm é uma banda política e talvez seja. Eu certamente sou uma pessoa com inclinações de esquerda. Mas, acima de qualquer coisa, existe a questão humana e humanitária. Esses são temas que realmente nos preocupam. Porque os homens, ou seja lá qual for outra espécie com capacidade de sentimentos, devem ser tratados com dignidade e ter direito a vida. Eles não devem ser assediados por outros ou pelo Estado ou por alguma outra entidade. Qualquer um merece uma existência digna. Essa seria uma visão geral.

Li em alguma ocasião que você é fã de rock progressivo, é verdade?
Barney –
Em parte. Aprecio algumas coisas dessa cena, ainda que seja algo saturado às vezes. Mas, definitivamente curto algumas bandas de rock progressivo.

Você tem um programa de rádio sobre esse tipo de som, não?
Barney –
Costumava apresentar algo no rádio, mas foi há um bom tempo. E eu nunca tive um programa regular. Era lá de vez em quando e tocava de tudo um pouco. Eu rodava progressivo e, em seguida, poderia tocar um punk hardcore nervoso da Finlândia ou algo do tipo. Era uma mistureba.

Voltando a falar sobre o Napalm: assisti vocês em Buenos Aires em outubro de 2014 e foi irado. Inclusive, vocês tocaram duas faixas inéditas do novo trabalho, Apex Predator – Easy Meat. Pelo que deu pra perceber por esses sons e pela música ‘Cesspits’, que a banda liberou mais ou menos na mesma época, o novo disco segue brutal como o anterior (Utilitarian, de 2012), mas acrescenta um lance mais ‘diferenciado’, pra não dizer experimental. Essa afirmação faz sentido?
Barney –
Bom, como falamos anteriormente na entrevista, isso não é planejado. Não é intencional, como se decidíssemos antes de o álbum sair: “isso será assim ou assado”. Não é desse jeito. E qualquer coisa que criemos é bem natural. Ainda mais com o passar do tempo. Não havia realmente uma pretensão. Se a observação é essa, as faixas são mais rápidas e loucas do que no disco anterior, mas com um lado experimental. Se for isso, pode estar correto. Contudo, não é um grande plano, uma intenção nossa fazer desse jeito. Apenas meio que aconteceu.

E sobre a capa desse novo material: aquilo é realmente carne podre?
Barney
– Sim, é! São intestinos de algum açougue, acho. O cara que fez a foto (o designer dinamarquês Frode Sylthe) é um tanto quanto excêntrico e comprou alguns pedaços estranhos de carne mais umas plantas doidas e colocou isso no porão por três semanas. O negócio ficou bem quente lá. Então, ele tirou pra fora e fotografou. O cara nos disse que o bagulho estava cheirando tão mal que ele teve de usar máscaras para fazer as imagens.

Puta merda, que parada nojenta!
Barney –
Isso mesmo, é bem horrível. Mas, é a realidade. Não é uma imagem retirada de algum lugar. É uma fotografia real feita pela gente, pelo nosso artista gráfico.

E sobre as performances do Napalm: apesar de tiozinhos, todos na banda ainda têm um puta pique e parecem muito contentes de estar no palco mandando brasa. De onde vocês tiram essa disposição?
Barney –
Pra mim, se você não está mais envolvido com isso, não está mais feliz em tocar, então não toque. Fique em casa. Porque não é justo sair e fazer gigs se estiver dando apenas 50% de seu potencial, já que a molecada que vai assistir está pagando os ingressos para vê-lo fazer um show. Tipo: se você vai subir num palco, tem que dar absolutamente o melhor de si. É preciso entregar para as pessoas que vão ao show 100%, não menos. Pra mim isso é bem importante. É isso que você tem em um show do Napalm. Se não fosse assim, não estaríamos tocando ao vivo por aí.

O Mitch Harris (guitarrista) teve de se afastar por um tempo da banda. Ele está bem? Quem está encarregado na função que era dele?
Barney –
Mitch apenas teve algumas questões com as quais ele teve de lidar. Ele está atualmente bem, mas teve uns lances acontecendo em torno dele que precisavam ser resolvidos. Como amigos e colegas de banda há tanto tempo, apenas dissemos: “olha, faça o que precisa ser feito, lide com as suas coisas e, quando você quiser retornar, apenas volte”. Nesse meio tempo temos esse cara, John Cooke, no lugar do Mitch. John estava em uma banda chamada Currupt Moral Altar e também é de Birmingham. Ele sabe tocar nossas músicas e é um bom músico. Para outras turnês, como pelos EUA, talvez tenhamos outro guitarrista, mas para a Europa certamente usaremos o John.

Tenho uma curiosidade de saber o que está rolando no seu MP3 player...
Barney –
Antes de qualquer coisa você precisa saber que eu não tenho um MP3 Player (risos). Eu odeio essas malditas coisas.
Costuma ouvir música somente em formatos físicos, tipo CD e vinil?
Barney –
Isso! Para ser honesto, eu não tenho ouvido quase nada no último ano. Nada realmente novo, pelo menos. Isso porque estive concentrado no novo disco do Napalm, o que ocupou bastante cada porra de dia desse ano (2014). Porém, se eu tivesse um iPod e o colocasse no shuffle, você provavelmente encontraria coisas como Crass, Throbbing Gristle, Jesus and Mary Chain, Siege, Celtic Frost. Seria um bocado de coisas, sabe?

Pra finalizar, gostaria de saber suas impressões sobre alguns projetos envolvendo seus parceiros no Napalm Death.

Menace (projeto heavy rock/instalação de áudio com influência de Tool e Voivod do guitarrista Mitch Harris):
Barney
– É interessante. O lance do Menace surpreendeu muita gente fora da banda, mas não a mim. Afinal, sei que o Mitch tem influências muito diferentes dos outros integrantes da banda. Acho legal pra ele criar algo fora do que costumamos fazer no Napalm. Algumas coisas não são minha praia, mas outras são realmente muito boas. Mitch é o tipo do cara com uma imaginação muito fértil com sua música.

Lock Up (banda de death/grind em que o baixista Shane Embury toca)
Barney –
O Lock Up já é mais tradicional. É bem bacana, tem algumas boas ideias. Tem algumas influências clássicas, como Slayer, Dark Angel e Repulsion.

Defecation (projeto grind no qual Mitch e Mick Harris, ex-baterista do Napalm, gravaram todos os instrumentos).
Barney
– Defecation era bom! Misturava old school grind, death metal... Nada mal. Algumas músicas muito boas, na verdade.

Unseen Terror (banda em que Shane tocava bateria. Tinha na formação Mitch Dickinson, do Heresy, e fazia uma mistura de hardcore, grind e metal)
Barney
– Essa é provavelmente minha favorita. Eu realmente gosto dos discos deles. Havia uma ótima vibe nos trabalhos do Unseen Terror. Tinha coisas mais metal, mas também muito de hardcore americano – algo em que o Shane e o Mitch estavam bem ligados. Muito bom!

Venomous Concept (outro projeto harcore de Shane, dessa vez com o vocalista Kevin Sharp e o baixista Dan Lilker, ambos ex-Brutal Truth, e Danny Herrera, também do Napalm, na bateria)
Barny –
Outra vez, o lado mais punk do Shane, uma coisa meio Poison Idea. É bacana! Shane sabe o que faz, ele tem história nessas coisas. E o Kevin é bem excêntrico como vocalista, o que faz a banda ser um pouco engraçada.

Meathook Seed (projeto industrial pelo qual passaram Mitch e Shane)
Barney –
Meathook Seed não é pra mim. Não curto muito esse tipo de doideira, pra ser honesto. Não é ruim, mas não é algo que não mexe comigo.

Terrorizer (projeto grind do qual Jesse Pintado fez parte)
Barney –
Um clássico, junto com o Unseen Terror. Foi uma banda muito influente, que certamente teve impacto sobre mim.

Homero Pivotto Jr. em 13/01/2015

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